Falta Definir o que é Tecnologia na Política Industrial

Pois é, essa é a pergunta que não quer calar … O que é Tecnologia, afinal ?

E consequentemente: O que é Empresa de Base Tecnológica ?

Quem não sabe onde quer ir, acaba chegando num lugar que não se quer estar, exatamente o caso do Brasil quanto a Tecnologia e Inovação.

Pergunta não respondida pela Política Industrial Brasileira, é incrível, mas é verdade, Tecnologia não está definida em nenhum lugar nos instrumentos legais de Fomento à Tecnologia !!

Obviamente me refiro a Tecnologia Mesmo, de Verdade, com Patente, de preferência em nível de competir internacionalmente.

Em vez de uma definição difusa, onde Usar Tecnologia ou Aplicar Processos e Metodologias é considerado Tecnologia, muito diferente do que é uma Patente, ou similares como o Registro de Programa de Computador, com Registro no INPI e potencial evidente de Gerar Riquezas.

As definições de Tecnologia, quando utilizadas, são tão abrangentes que alguns escritórios de advogados, médicos, engenheiros, arquitetos ou contadores bem equipados com boa infraestrutura de TI e aplicativos sofisticados poderão ser considerados Empresas de Base Tecnológica.

São dezenas de leis, centenas de portarias, instruções normativas, procedimentos, metodologias, certificados, sempre aquela definição difusa tendo como o viés o Uso não a Criação de Tecnologia.

O povo Brasileiro, representado pelo Estado, aplica Bilhões de Reais no Fomento à Tecnologia, porém não sabemos o que é Tecnologia. O resultado não poderia ser outro que um Desperdício Bilionário, Custo Brasil nas alturas, fomentamos igual a primeiro mundo, porem estamos nas últimas posições entre os países quando o assunto é Inovação e Competitividade.

Alguma coisa tá muito errada nessa história … 

 

 

 

O mais interessante é que essa Falta de Definição de Tecnologia é proposital !!

Para facilitar o Fomento e distribuição dos recursos.

Caso contrário, ficaria muito difícil Distribuir o Fomento com a exigência de Criação de Tecnologia Mesmo, de Verdade. com Patente, Registrado no INPI, Competitivo Internacionalmente, e … Gerando Riquezas.

Não pedimos muito, basta copiar o que realizam muitos países: Coreia do Sul, Suécia, Israel, Irlanda, e todo o primeiro mundo.

Naturalmente é mais fácil fazer um estudo de caso, uma estatística big data, um aplicativo específico, monitorar modelos de negócios, capacitar profissionais e empresas, consultorias de gestão, realizar pesquisas de mercado, participar de feiras  e eventos internacionais, desenvolver metodologias, etc, etc, uma sopa de letrinha danada, uma papelada monstruosa, uma burocracia interminável … menos Tecnologia.

Desta forma ICTs e Empresas Sem Tecnologia alguma são considerados de Base Tecnológica.

A anedota continua: o Brasil, nas décadas 80 e 90, educava engenheiros para construírem computadores, já nas décadas 00 e 10, educa engenheiros para vender computadores.

Quando indagados, eles dizem, mais não é proibido solicitar recursos para Tecnologia e eventualmente, estatisticamente, alguma Tecnologia deve sair da Política Industrial, o que justificaria todo o resto, afinal de contas aplicamos Bilhões de Reais em Centenas de ICTs – Institutos de Ciência e Tecnologia, são milhares de contratos e pesquisadores (toda a festa paga pelo contribuinte).

Como na história de um país que num certo momento de sua vida necessitasse achar muito ouro.

Esse país cria dezenas de leis e centenas de portarias para fomentar o garimpo de ouro.

Os garimpeiros dizem que é muito difícil achar ouro.

Então, os gestores públicos definem aplicar os recursos em qualquer tipo de garimpo, cristal por exemplo, para facilitar a distribuição de recursos, com o argumento que eventualmente, estatisticamente, alguém achará ouro.

Ninguém nunca achou … bem similar ao Fomento a Tecnologia e Inovação no Brasil.

 

 

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Sobre Jairo Fonseca

Ativista Tecnológico desde 1995. Empresário de TI desde 1987. Analista de Sistemas com +40 anos de experiência.

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