Uso do Poder de Compra Estatal ao Contrário, Contra a Tecnologia Nacional

Amigos da Tecnologia e Inovação,

É necessário prosseguir com o Resumo do primeiro post, pois muitas questões importantes necessitam de uma observação mais detalhada.

Dessa vez, iremos tratar da esquizofrenia estatal em relação a Inovação e Tecnologia em Software, e de forma geral a perseguição Estatal contra a Tecnologia Nacional.

 

 

 

Como sabem, o Estado Brasileiro, tanto em nível Federal como nos Estados, e até em alguns Municípios, investe e fomenta Inovação e Tecnologia, em volumes altíssimos, atualmente 12 Bilhões de Reais por ano.

O resultado é pífio ou nulo na grande maioria dos fomentos e investimentos, estamos nas últimas posições em Inovação e Tecnologia no mundo. Como isso é possível, o que explica tal discrepância ?

O que assusta ainda mais é que o Brasil possui um mercado Interno gigantesco, muito diferente doutros países líderes em Tecnologia como Israel, Irlanda, Suécia, etc.

Nesse post tentaremos oferecer algumas características que explicam a desertificação tecnológica nacional.

Universidade Pública não Usa Tecnologia de Software Nacional.

O primeiro sinal que alguma não está certa é a falta do Uso de Tecnologia Nacional de Software nas Universidades Públicas, parece que existe um bloqueio, nunca entendi o por que, não sei se é prestigio ou algum complexo de inferioridade, sei lá … mas se não consertar isso vai ser difícil o Brasil se desenvolver Tecnologicamente.

Os alunos saem das Universidades treinados em Softwares Estrangeiros, levam essa experiência para seus locais de trabalho profissional.

Pior, os ICTs – Institutos de Ciência e Tecnologia ligados a Universidades Públicas, por inércia ou osmose, também não usam Tecnologia Nacional de Software, justamente os ICTs, o foco de toda Política Industrial Brasileira, responsáveis diretos para o Desenvolvimento Tecnológico do País, lastimável.

O Poder Público Não Usa Tecnologia de Software Nacional.

Aí fica difícil, não é mesmo ? Além das Universidades e ICTs ignorarem completamente as Tecnologias de Softwares Nacionais, o poder público de forma geral também não Usa Softwares Nacionais.

O PIB de TI no Poder Público é muito maior que o Fomento, são dezenas de Bilhões de Reais que vão para Tecnologias Estrangeiras estabelecidas no Brasil, portanto o Brasil, o povo brasileiro, paga muitos Bilhões todos os anos para ser Escravo Tecnológico.

Sabendo que o maior comprador define o mercado, como a Tecnologia Nacional vai se desenvolver se não tem mercado local ?

Não tenham dúvidas a Lei 8.666 determina as compras dos 3 Poderes, Ministérios, Tribunais Superiores, mais Banco do Brasil, CEF, CEF, Correios, Petrobrás, BNDES, Banco Central, Estados, Municípios, etc. caracterizando o poder público o maior comprador de TI do Brasil, curiosamente nenhum desses órgãos compra significativamente Tecnologia Nacional de Software.

Se for para exportar, é melhor se mudar do Brasil e ir para outro país o mais rápido possível.

Até os órgãos responsáveis pelo Desenvolvimento Tecnológico Nacional não usam Tecnologia Nacional de Software, lembramos do MCTIC, FINEP, CNPq, SEBRAE, CNI, SESI, SENAI, APEX, MDIC, FAPs e ICTs.

Isso só pode ser uma brincadeira ou pesadelo, com essa rejeição o Software Nacional não tem chance alguma.

Por um lado o Fomento à Tecnologia é Bilionário, por outro rejeitam de todas as formas a Tecnologia Nacional, daí a Esquizofrenia Estatal em relação a Tecnologia Nacional.

Lutando contra o Uso do Poder de Compra do Estado, o Software Nacional não tem nenhuma possibilidade de prosperar, todo Fomento será Custo Brasil e desperdício, como vem ocorrendo nos últimos 20 anos.

 

 

 

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Sobre Jairo Fonseca

Ativista Tecnológico desde 1995. Empresário de TI desde 1987. Analista de Sistemas com +40 anos de experiência.

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